segunda-feira, 26 de abril de 2010

[PLAYER'S GUIDE] Estratégias

Olá pessoal! Obrigado pelos comentários do post anterior. É isso aí! Quero conhecer quem lê o meu blog po, afinal, vai que eu preciso de um transplante de fígado ou de um dinheiro emprestado! Bom, hoje vou falar sobre alguns parágrafos muito interessantes do Players Guide. Está no capítulo sobre estratégia e é um trecho denominado pelo autor de Dirty Tricks and Psychological Warfare, algo como Truques Sujos e Guerra Psicológica. Ficou com água na boca? Vamos ver então:

Capítulo 2 – The Eternal Strategy – Págs 75, 76 e 77

“ Agora, você e eu sabemos que isto é apenas um jogo (hã?) e você nunca irá se apoiar em uma série de perversos e sórdidos truques para ganhar uma mesa (hã?!?!?!). Mas como você poderá ter de se defender deste tipo de coisa no futuro (ah sim.. a doce e suculenta ironia), você deve estar atento e saber identifica-los, combate-los e tirar total proveito deles.

No Magic, isso pode tomar a forma de dar uns espirros quando alguém utiliza a Chaos Orb (hahahaha) ou botar algumas cartas juntas antes de embaralhar o deck para que elas tenham mais chances de vir juntas (já vi muita gente fazendo isso no Vtes). No Jyhad, as táticas se aproximam muito das mesmas utilizadas pelos vampiros para se dar bem no Mundo das Trevas:

Blefar
– Seu predador terminou o turno com um Primogen e um Justicar e você não tem nada mais do que a Dollface e Igo the Hungry para bloquea-los no próximo turno. Você joga a master, repõe e um maquiavélico sorriso aparece em seus lábios. Você subitamente dá uma olhada no arsenal dele e seu sorriso aumenta consideravelmente. Você vai para a sua fase de influência e se recosta na cadeira ansioso para que o turno dele comece.

Claro, você não comprou nada mais do que uma Praxis Seizure: Seattle, mas seu predador não sabe disso. Talvez, e só talvez, isso seja o bastante para evitar que ele comprometa todas suas forças, até que você traga seu Gangrel Justicar (como o jogo mudou...) para a mesa.

Blefar é também muito importante para lidar com sua presa. Aquele mesmo sorriso pode aparecer quando você compra uma carta e imediatamente bleeda com a Dollface. Sua presa que estava guardando seu único block para seu Ventrue com Laptop Computer (Heart of the City vai...), agora o desperdiça contra a Dollface. Agora seu Ventrue pode agir sem ser molestado, e você termina com o Edge, uma presa enfraquecida e uma Dollface surrada – um sacrifício bem pago.

Prestações – Este é o sistema de débitos e créditos utilizado entre os Cainitas e a principal maneira deles irem a forra uns com os outros. Se você faz um favor a alguém, você não precisa força-lo a pagar tudo de uma vez. Ao contrário, você fica o lembrando sobre o favor por todo o jogo, fazendo com que ele pague por muitas e muitas vezes em pequenos favores ao invés de um grande favorzão.

Isso quer dizer que você corre um risco de nunca ser pago completamente – talvez seu devedor não tenha chance de quitar a dívida antes de sair do jogo. Ainda assim o risco vale a pena e talvez você consiga que esse jogador lembre deste favor na próxima mesa (nossa, Richard Garfield falando isso?).

Politicagem – Diplomacia não se restringe à hora de uma votação. Todos que já jogaram um jogo de guerra multiplayer sabem que um jogador sempre tentará focar a atenção dos outros no jogador que ele considera mais ameaçador aos seus planos. Seja esse jogador (o diplomata, não a ameaça)! Aponte todas as miras para bem longe de você. Talvez alguém que tenha mais pool, mais mininos ou vampiros maiores que os seus. Talvez ele só tenha influenciado um vampiro com 6 pool. Alerte a todos que ele provavelmente irá levantar um monstro no próximo turno e desbalancear toda a mesa.

Essa é uma tática muito fácil de ser desmascarada, então fique atento para ser capaz de convencer a todos de sua própria miséria ao mesmo tempo. Não chame a atenção de todos para os três primogênitos da sua presa quando você mesmo tem dois príncipes. Pelo contrário, lembre a todos que ele tem o Edge e que precisará se fortalecer para ter a supremacia da mesa.

Tudo isso nos leva para a última estratégia clássica entre os vampiros:

Choramingar e Implorar - “Vocês estão todos contra mim!” “Vou ser seu melhor amigo se você não me atacar.” “Eu nunca venço...” “Em mim?!?!?” “Isso não é justo!” Hey, talvez ninguém queira jogar com você de novo, mas você terá levado a mesa.”

Hahahaha... a tática do Chororô tem um ilustre adepto aqui nas mesas do Rio. Comenta aí dizendo quem é Thiago! Hahaha

É isso aí galera! Escolha sua estratégia e seja feliz! No início de Maio teremos mais uma edição do Big Jyhad Bob. Será a estréia do meu mais novo e polêmico shield! Postarei a foto aqui!Descartando e... seguiu!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

[PLAYERS GUIDE] THE EDGE

E aí chupa-cabra! Não, você não está sobre efeito de alucinógenos (será?), eu realmente atualizei o blog pela 2ª vez na mesma semana! Hahaha... Continuando a falar sobre o Livro do post anterior, hoje irei botar aqui alguns trechinhos sobre uma das coisas que mais me irrita no Vtes: The Edge.

Duas coisas sacodem minhas pelancas quando o assunto é o Edge. A primeira é quando eu esqueço de pegar o meu pool precioso no início do turno. Alguns playgroups pelo Brasil não são tão rígidos e aliviam quando o cara esquece, deixando ele pegar no decorrer do turno. Mas aqui no Rio é Lei Federal: Iniciou a fase master? Bye, bye pontinho do Edge! E quantos e quantos Gws não foram decididos por 1 pool?

A segunda é quando alguém da mesa bleeda e não pega e bota o Edge simbólico na sua área de jogo. Muitas vezes eu tomei como base o Edge estar com alguém (em votações, diableries, etc.) e me dei mal, ou quase...

Segue então parte traduzida (que piada...) do livro A Players Guide to the Jyhad:

Introduction – Pág 14

“ Existe uma enorme tendência em um jogo multiplayer, onde o conflito é mutuamente destrutivo (como no Jyhad), de estagnar quando as coisas estão “quites”. É realmente muito chato um jogo onde a melhor estratégia para todos os participantes é não fazer nada. Isso explica muitos elementos deste jogo. A recompensa de sangue que você recebe por prejudicar sua presa geralmente compensa as perdas durante as lutas.

O Edge é uma recompensa para encorajar os jogadores a bleedarem uns aos outros e também serve para desequilibrar o jogo quando todo mundo para. Se algum dos jogadores passa muitos turnos ganhando o blood do Edge, os outros pensam melhor com relação a acabar com a paz ou conceder a partida.”

Manero, né? E assim nasceu o Edge hehe. Agora um trecho que explica rpgisticamente (salve Kazan!) o significado desde elemento do jogo:

Capítulo 4 – Beyond Jyhad – Págs 121 e 122

“ Quando um Mathuselah consegue destruir alguma posse que pertence a sua presa, ele inflige um real e intangível dano na vítima. Os danos tangíveis incluem grandes perdas de servos e/ou território. Os intangíveis são uma ameaça psicológica e a perda de status perante seus semelhantes, algo que pode ser mais valioso do que a própria não-vida. Uma pequena derrota não é o bastante. Perder um simples pião não é o bastante. O ataque deve penetrar as defesas da vítima e destruir fontes importantes.

No vil e incestuoso mundo dos antigos cainitas, uma ferida diretamente no orgulho e na vaidade de um Mathuselah é um dos maiores triunfos, podendo até destruí-lo por completo. É uma vantagem muito maior do que o simples prejuízo material.

Infligir um golpe deste porte no status de um da mesma espécie faz com que os outros parem e pensem. Eles argumentam sobre a punhalada que penetrou fundo no coração do santuário de um Mathuselah. Eles ficam em certa discordância com relação ao atacante mas menos inclinados a se unir contra ele em uma luta. Isso dá a ele uma certa vantagem, ou Edge, que é representada no Jyhad pelo pontinho de sangue no início de seu turno.

Mas as harpias da Camarilla são notoriamente inconstantes e o temido e respeitado herói de ontem pode ser a velha notícia de hoje. Tão logo um outro rival consiga infligir outra ferida em seu oponente, a façanha do anterior é rapidamente esquecida na pressa de espalhar a novidade. Essa mudança pode acontecer tão rapidamente que um Mathuselah pode nem mesmo tirar proveito do Edge. Em jogos especialmente agressivos, o Edge pode trocar de dono mais de uma vez em uma mesma rodada, beneficiando a ninguém. Afinal de contas, se todo mundo vira e mexe está sangrando, um golpe certeiro é dificilmente lembrado ou digno de notícias. Quando todo mundo tem o Edge, ninguém tem o Edge. Só é importante quando é único.”

Sábias palavras meus caros e são tão verdadeiras agora como quando foram escritas. E aí, estão gostando destes posts? De saber mais da ambientação do jogo? Preciso saber caramba, afinal vocês é que freqüentam isso aqui, não eu! Comentem! Descartando e... seguiu!

ps.: Olha o Maaaaaalte!

terça-feira, 13 de abril de 2010

RELÍQUIA...

Fala galera! Eu sei que estou sumido, mas espero que vocês não tenham desistido de dar aquela espiadinha aqui de vez em quando pra saber se tem atualização. Fazendo uma arrumação no meu quarto esse fim de semana, encontrei um livro muito interessante que a maioria de vocês nem sabe que existe. O nome dele é The Eternal Struggle: A Players Guide to the Jyhad. É basicamente um manual explicando como o Jyhad foi criado e como deve se jogar. Como eu consegui? Bom... no fim do arco-íris, em uma distante cidade chamada Piratininga, vive um velho ancião narigudo chamado Kazan. Foi com ele que aprendi a jogar e foi dele que eu peguei esse livro emprestado e nunca mais devolvi.

Alias, perguntando para o mesmo onde ele conseguira, fiquei sabendo que ele mesmo não sabe haha. Disse que provavelmente veio junto com algum lote de cartas comprado de algum ser das trevas em meados desta década. O livro é bem antigo e não abrange tudo que o Vtes é hoje em dia, porém tem muita coisa interessante, principalmente quando se fala das origens do jogo e da ambientação que deixa o jogo muito mais interessante e apaixonante.

O livro tem 206 páginas e pelo que diz na contra-capa, custava 7.95 dólares. Uma coisa curiosa é que possui os símbolos das duas empresas que dividem o crédito pelo jogo: White Wolf e Wizards of the Coast. Ah! Também tem um simbolozinho da Garfield Games. Richard Garfield que divide a autoria do livro com meia dúzia de nerds americanos. O livro é todo em inglês.

Como eu disse, tem muita coisa interessante e eu pretendo botar algumas coisas legais aqui pra vocês. Hoje, como aperitivo, vou botar um trechinho traduzido que conta como o jogo foi idealizado. Segue:

Capítulo 1 – Introdução e Notas do Criador – Págs 7, 8 e 9


“ O segundo jogo estilo Deckmaster tinha de ser bem diferente para demonstrar que jogos de cartas colecionáveis não era uma bobagem, mas sim um novo veículo de jogo, um novo gênero. E também tinha de ser bom, um jogo pra história que estabelecesse uma linha a parte, mais do que citações referentes a Magic: The Gathering. Eu odeio sequências fracas.

Relembrando, era ambicioso montar um jogo tendo como tema o Mundo das Trevas, sendo que não bastava ser novo, mas também precisava satisfazer um já existente grupo de fãs sem trair a atmosfera que arrastava jogadores para o Vampire, em um primeiro momento. Não importava no que o jogo iria se tornar, mas alguma coisa inevitavelmente ficaria de fora.

Tentar capturar um mundo roleplaying dentro de um card game, particularmente um roleplaying cheio de profundidade e significado, é como tentar criar um único prato que simbolize toda a culinária da Europa. Quanto mais você adiciona, mais cada parte se enfraquece individualmente, e você perde a possibilidade de capturar o todo.

A escolha de centrar o jogo na Jyhad, a antiga guerra velada que é o fundamento de tanta coisa em Vampire, não foi difícil. Os jogadores teriam a oportunidade de ter uma visão estratégica do Mundo das Trevas, assim como o faziam durante um RPG. E também elementos de intriga e política eram muito bem adaptáveis a uma mesa, assim como elementos de romance.

Uma versão anterior do jogo tinha uma estrutura sugerida inicialmente por Mark Rein Hagen. Muitas idéias foram surgindo e uma em particular chamou minha atenção. Dois jogadores vampiros estariam na disputa inicialmente incontrolados. O objetivo do jogo seria criar uma corrente de vampiros controlados por um jogador até o lado de seu oponente.


O jogo era bem diferente de Magic mas não refletia nem um pouco o espírito do Mundo das Trevas. Andrew Greenberg comentou que as disciplinas vampíricas eram muito importantes para serem relegadas a uma carta ou outra. Lisa Stevens me disse que armas modernas eram agentes igualitários que permitiam jovens e proeminentes vampiros duelar com Cainitas experientes, que em outras épocas fariam picadinho dos mais novos, facilmente. Um membro da Seattle Camarilla observou que um jogo multiplayer era imprescindível, já que a política só existiria realmente com mais de duas pessoas.

Então, foi nesse caminho que eu aprendi o que era mais valioso para a maioria dos jogadores de Mundo das Trevas, e comecei a incorporar esses elementos na estrutura do jogo. Outra importante tarefa que eu percebi que deveria ser feita era criar uma rede de pesquisa perguntando que tipo de cartas, entusiastas de Vampire gostariam de ver num jogo como este. Era uma pergunta bem curiosa, já que não era dada nenhuma dica de como seria a mecânica do cardgame. Alias, a mecânica ainda estava em fase de aprimoramento na época, mas eu encontrei muita gente que sabia o que queria ver em um jogo sobre Vampire.

Esta pesquisa asseguraria que o jogo passaria no teste dos fãs, ou seja, que quando o jogo estivesse pronto, ele incorporaria a atmosfera esperada pelos entusiastas. Eu recebi várias e várias listas que incluíam sugestões como:

- Inquisição
- Caçadores
- Amaranth
- Fragmento do Livro de Nod
- Phosphorous Rounds
- Lápis atirados de revólveres
- Lobisomens
(...)

A próxima edição de Jyhad foi menos ambiciosa que a primeira, parecendo muito mais com Magic. Não importava se existissem semelhanças, contanto que a natureza do jogo fosse diferente. Me voltar para um jogo mais no estilo de Magic, me ajudou a me manter distante de tentar reinventar a roda e também deu asas para uma versão muito mais natural de um cardgame multiplayer.”


Muito maneiro, né? Fascinante conhecer mais aspectos do processo de construção de um cardgame mundialmente conhecido. Percebemos também a preocupação que o Richard tinha em se manter fiel ao Mundo das Trevas. Sábia escolha. Diferentemente de Magic, cuja a história foi criada juntamente com o Cardgame, Jyhad já tinha todo um mundo pronto, que deveria ser incorporado fielmente ao jogo de cartas.

Bom, vou dar uma lida no livro e catar mais curiosidades. Valeu galera! Até mais! Descartando e... seguiu!